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Ouvindo o Porrão na Sala Chinesa

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Imagine que você está numa sala. Sentado, aguarda saber o motivo de ali estar. Além da porta trancada, apenas uma entrada tipo caixa de correiro há no ambiente. De repente, um cartão é entregue pela “caixa de correio”. Nele, você vê rabiscos que não fazem o menor sentido. Você pensa, então, que são ideogramas chineses. Mas não sabe ler chinês! Olha a sua volta e percebe uma placa em português, logo acima da porta. Nesta placa está escrito: “Consulte o dicionário Chinês-Português”. Você descobre o dicionário atrás da cadeira e nele, escrito em português, lê instruções para procurar a resposta em uma sacola cheia de cartões que também se encontra atrás da cadeira. Seguindo as instruções, você encontra o cartão-resposta e o coloca de volta na “caixa de correiro”. Ok, você libera sua saída da sala, mas quando sai fica a pergunta: por quê você estava na Sala Chinesa? Não, isso não é tortura oriental. Esse paradoxo é na verdade o processo de funcionamento de um computador. Ele entende os símbolos, mas não consegue compreender o significado. Muitas vezes, nossa mente também não encontra o significado de alguns códigos. Um exemplo, que gera muitos comentários aqui no blog, é a música “Em Busca do Porrão”, do novo CD d’O Rappa. De certa forma, poderíamos considerar que a busca pelo Porrão é a busca pelo significado da própria vida. Talvez seja por isso que tanta gente não a compreende. Vale perguntar a si mesmo se não está escutando a música dentro da Sala Chinesa, procurando apenas o símbolo e não o significado.

A Sala Chinesa é um pensamento do filósofo John Searle, na década de 80. Que todos os seres possam se beneficiar.



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